Empresas de combustíveis fósseis teriam que reflorestar área maior que toda a América do Norte para zerar suas emissões, aponta pesquisa

  • 22/06/2025
(Foto: Reprodução)
Estudo mostra que compensar as reservas de combustíveis fósseis com plantio é impossível na prática. Pesquisa alerta que redução nas emissões é urgente. Poluição do ar em Bangkok REUTERS/Chalinee Thirasupa Imagina ter que plantar uma floresta que cobrisse uma área maior do que toda a América do Norte? É isso o que seria preciso se as 200 maiores empresas de combustíveis fósseis do mundo fossem compensar as emissões de gases de efeito estufa de toda a sua reserva. Ou seja, uma conta bem impossível de fechar. A informação é de uma pesquisa publicada na Communications Earth & Environment nesta quinta-feira (19). Como a pesquisa foi feita: Os pesquisadores analisaram o tamanho da reserva de combustíveis fósseis de 200 empresas pelo mundo. Com isso, estimaram qual era a quantidade de emissões de gás carbônico que toda essa reserva faria até 2050. Depois, calcularam quanto seria necessário para pensar as emissões com reflorestamento. 🔥 O gás carbônico é um dos vilões do efeito estufa, que causa o aquecimento do planeta. Uma das metas dos países que estiveram na última COP, nos Emirados Árabes, era reduzir as emissões com a transição energética. Isso significa usar menos combustíveis fósseis e, portanto, menor reservas dessas empresas. 🌿 A compensação da pegada de carbono vem sendo adotada por muitas empresas do setor. Nela, as indústrias podem apoiar iniciativas de reflorestamento em áreas. Com esse plantio, as árvores passam a absorver carbono e, assim, elas podem certificar que estão mantendo menos carbono na atmosfera. ➡️ No entanto, o que especialistas e ambientalistas apontam é que há algumas controvérsias, como não ser possível, em muitos casos, reduzir a emissão na área onde se está emitindo, por exemplo. E o fato de que não há uma redução de emissões de fato. Agora, o que a pesquisa projeta é que o reflorestamento não pode ser a única medida. Governo brasileiro apresenta metas de redução de emissões de gases do efeito estufa na conferência do clima da ONU Impacto no planeta A pesquisa foi liderada por Alain Naef, pesquisador e especialista em economia verde da ESSEC Business School, da França. Ele e outros pesquisadores usaram uma plataforma que monitora as reservas provadas de empresas de combustíveis fósseis para entender qual seria o impacto de emissões de toda a sua produção. A partir disso, analisaram a viabilidade de usar o plantio de árvores para criar novas florestas com o objetivo de compensar o total de emissões potenciais das reservas existentes dessas grandes empresas até 2050. O que eles descobriram é que para compensar essas emissões, seria preciso reflorestar uma área colossal: superior a 24,75 milhões de quilômetros quadrados. Seria necessário plantar uma área de cinco vezes o tamanho da Amazônia brasileira Dado Galdieri Qual o tamanho disso? ➡️ Maior que toda a América do Norte, que contempla países como Estados Unidos, Canadá e México; ➡️ Três vezes o tamanho do Brasil, que tem 8,51 milhões de km²; ➡️ Cinco vezes o tamanho da Amazônia no Brasil, que tem 5 milhões de km². Segundo os pesquisadores, para que uma área dessa proporção seja reflorestada, seria preciso acabar com terras agrícolas e até cidades. Ou seja, é inviável. Brasil tem emissões de CO2 acima da média Compensação não é o suficiente A compensação de carbono, frequentemente proposta pelas empresas por ser de baixo custo, tem sido incluída em cenários de emissões futuras, junto com a redução de gás carbônico. A premissa é que, mesmo na transição para energia limpa, haverá algum uso das 182 bilhões de toneladas de carbono nas reservas atuais das empresas. Algumas delas, inclusive, têm falado da compensação como uma solução para suas emissões. No entanto, o que o estudo aponta é que o reflorestamento não é um método viável para compensar todas as emissões de dióxido de carbono. Já que não haveria território suficiente e nem mesmo orçamento para organizar uma estrutura de reflorestamento dessa dimensão. Prejuízo financeiro para gigantes do setor A análise também estimou a "valorização ambiental líquida" das empresas. Esse conceito se refere ao valor financeiro de uma companhia se o custo para compensar as emissões potenciais de suas reservas fósseis fosse deduzido de sua avaliação de mercado atual. 🚨 O resultado é um alerta: considerando o custo médio europeu de compensação de emissões em 2022 (US$ 83 por tonelada de dióxido de carbono), 95% das empresas analisadas teriam uma avaliação ambiental líquida negativa. ➡️ E o que isso significa? Em outras palavras, a pesquisa sugere que seria economicamente mais rentável para as empresas interromper a extração de combustíveis fósseis do que extraí-los e, posteriormente, tentar compensar as emissões. A redução das emissões é urgente para frear o aquecimento global e, com isso, minimizar os impactos de eventos extremos na Terra. O que eles sugerem é que o debate sobre o impacto das emissões seja discutido do ponto de vista de redução de emissões e não só iniciativas de compensação.

FONTE: https://g1.globo.com/meio-ambiente/noticia/2025/06/22/empresas-de-combustiveis-fosseis-teriam-que-reflorestar-area-maior-que-toda-a-america-do-norte-para-zerar-suas-emissoes-aponta-pesquisa.ghtml


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